Em setembro de 1940, Witold Pilecki, um combatente da Resistência polonesa, se ofereceu para uma missão audaciosa: assumir uma identidade falsa, ser intencionalmente capturado e enviado a um campo de concentração e executar um ataque lá de dentro. Nos dois anos seguintes, Pilecki forjou um exército clandestino dentro de Auschwitz, que sabotou instalações, assassinou informantes e oficiais nazistas e reuniu evidências de abusos terríveis e assassinatos em massa. Apesar da tarefa árdua e necessária, ele foi completamente apagado do registro histórico pelo governo comunista polonês do pós-guerra, permanecendo quase desconhecido para o mundo. Agora, Jack Fairweather, que teve acesso exclusivo a diários escondidos, depoimentos de familiares e arquivos recentemente liberados, oferece um retrato inflexível de sobrevivência, vingança e traição em um dos momentos mais sombrios da história da humanidade.
Livro: O Voluntário de Auschwitz || Autor: Jack Fairweather
Editora: Universo dos Livros || Classificação: 5 estrelas || Resenhistas: Sheila
Ano: 2019 || Gênero: Segunda Guerra /Política
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O primeiro fato que temos que ter em conta ao ler esse livro é de que ele não é um romance, ficção ou distopia, ele é um relatório histórico e muito preciso, recheado de bibliografias que o apoiam e que conta o comecinho do campo de Auschwitz até o campo totalmente desenvolvido, já mostrado em diversos filmes, como a Lista de Schindler, com todos os seus horrores.
O livro atua com uma cronologia de tempo impecável, baseado em muita
pesquisa, de como o campo começou e de como ali foi de fato desenvolvido as câmaras
de gás, passando por diversos protótipos testados além da criação do segundo
campo: Birkenau.
O livro apresenta a visão política
e guerrilheira do momento histórico forjado nesse período na Polônia onde Witold Pilecki, um combatente da Resistência polonesa,
recebe a missão de se infiltrar no campo nazista de Auschwitz. Outras pessoas
teriam declinado a missão, mas ele, muito crente de seus ideais políticos se
voluntaria, recebe um novo nome e consegue ser preso e levado ao campo.
A missão de Witold é relatar o que se passa no campo e se
inflige a Convenção de Haia de 1907, que salvaguarda os direitos de prisioneiros
de guerra. O que o insurgente não esperava era encontrar a forma degradante com as quais seus
compatriotas poloneses, judeus e soviéticos eram tratados.
A descrição dos fatos se dá extensivamente sobre o povo
polonês, o que é compreensível ,pois em Auschwitz os barracões dos presos são
divididos por etnias, e embora o partido polonês da época apoiasse uma Polônia católica livre de judeus, para Witold, todo e qualquer cidadão que lutasse pela Polônia deveria ser
considerado um compatriota. Esse fato fez com que Witold Pilecki fosse apagado
por anos da história, por ser considerado um polonês comunista, sendo assim seus relatos discriminados, como se apesar dos
esforços que fez, não só se infiltrando em Auschwitz, relatando as condições e
recebendo a missão de montar uma célula de resistência dentro do campo, até após
a sua fuga e sua reapresentação assumindo como franco atirador no exército da resistência polonesa, a sua compaixão e sua aceitação
de uma Polônia mista de povos diminuísse a história desse ser humano corajoso
e muito notável.

O livro retrata os horrores das enfermarias, o dia a
dia dos presos, os diversos tipos de trabalhos forçados, a perda da humanidade
de muitos homens e a degradação do ser humano em vista da sobrevivência. Isso tudo
é muito relevante, mas diferente de outros livros que focam nas tragédias humanas, como por exemplo: Dachau
Testemunho de um Sobrevivente de Nerin E. Gun, em o Voluntário de Auschwitz, o que conta são realmente os fatos
e as engrenagens políticas.
Os relatórios tinham o dever
crucial de informar os países aliados das atrocidades cometidas e pedia o apoio
contra os alemães, o que significa que todo os mistérios que os nazistas faziam
a respeito desses campos de concentração tinham que ser expostos para a ONU e
as nações Aliadas, para que os países se decidissem de fato a entrar na guerra
contra a Alemanha.
A politicagem corre solta e
nos dá tanto nojo quanto os relatos de campo, de como homens do alto escalão dos
governos inglês e francês se esquivam de tomarem decisões mais firmes. Um mundo
de provas teve que ser unida aos relatórios de Witold, para que as pessoas
realmente acreditassem que os campos de concentrações e suas mazelas realmente existissem.
Um dos trechos mais impactantes que descreve o caráter dos seres humanos,
sejam eles guardas, comandantes, médicos, enfermeiros, presos, familiares ou políticos
quando posto à prova em situações extremas que li no livro foi:
“Alguns deslizaram para um pântano
moral”, escreveu Witold... “Outros lapidaram em si mesmos um caráter do mais
fino cristal”.
Com esse trecho, recomendo a leitura
para os amantes reais de história com um enfoque na segunda Guerra Mundial, e peço
a reflexão sobre os impactos que todos nós sofremos com governos e desgovernos autoritaristas,
revestidos com o manto da fé e bons costumes.
Sheila!
ResponderExcluirJá li muitos livros sobre nazismo e sobre essa época, porém a maioria é ficção.
Acho importantes livros que trazem a realidade daquela época, baseadas em pesquisa e relatos de quem a viveu, trazendo o que de fato aconteceu, todo horror e toda maldade que cometeram.
Deve ser um livro excepcional.
cheirinhos
Rudy
Olá! Gosto muito de leituras que contam histórias reais, em especial as ambientadas na época da segundo guerra, essa resenha me deixou bastante interessada em conferi isso tudo que foi dito aqui.
ResponderExcluirBjs
Adoro quando encontro algum filme que retrata os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, mas ainda não cheguei a ler um livro que relata isso.
ResponderExcluirAchei interessante a proposta do livro, de trazer a voz de um personagem que foi esquecido no tempo.