“Dora” é uma HQ diferente que conta a história de uma mãe que tem uma filha… estranha. Logo no começo você vê a mãe diante de um detetive da polícia, que acusa a menina de ter matado 15 pessoas. No desenrolar da história ela conta como Dora nasceu e cresceu.
A autora, Bianca Pinheiro, é de Curitiba e ama HQs. Já desenhou alguns que saíram pela Editora Vaca Voadora, a mesma de “Dora”. É um livro impresso em papel Pólen Bold 90g, com 128 páginas, em preto-e-branco e a capa colorida.
Livro: Dora || Autor: Bianca Pinheiro
Ilustrador: Bianca Pinheiro ||Editora: Mino
Ano: 2014 || Genero: HQ
Classificação: 4 estrelas || Resenhista: Karina
Seguindo nossa indicações de HQ, se você já ouviu falar sobre a Bianca é porque ela tem uma série linda e fofa chamada "BEAR", ou porque ela já ilustrou uma Graphic MSP da Mônica o "Força"... mas hoje queremos mesmo é falar de "DORA", um quadrinho com vibes de terror!
Com uma história contada em 11 capítulos, a HQ apresenta flashbacks da infância de Dora misturada com o momento atual; a trama gira em torno da Dora, uma garotinha que claramente nasceu especial e coisas estranhas acontecem ao seu redor.
Dora é uma criança que não chorou quando nasceu e que mesmo sem emitir qualquer palavra, ainda conseguia comunicar-se com sua mãe ou causar desconforto [na melhor das hipóteses] de quem convivia com ela. Dora está desaparecida e sua mãe tem que justificar ao detetive 15 mortes atribuídas a ela.
“- Minha senhora sua filha matou quinze pessoas.
- Minha filha não matou ninguém!
- E ainda sim quinze pessoas estão mortas.”
Deixando a parte fantástica/macabra de lado, a reação que essa HQ causa no ser humano é incrivelmente real, fica a lição que o mais maligno dos poderes é o senso comum.
“Dora” é um quadrinho de terror feito por uma
quadrinista que não gosta muito de tomar sustos, aqui temos um enredo que dá
para ler de no mínimo 3 pontos de vista diferente; se você lê do ponto de vista
do detetive você já irá considerar Dora culpada nas 3 primeiras páginas; se ler
como a mãe dela será dominado por uma sensação de medo/necessidade de
proteção; e se ler colocando-se no lugar da personagem principal, o medo e a
sensação de insegurança serão seus companheiros até a última página.
“Ela nos olhava como se soubesse que precisava fugir”
Você até pode até ter a sensação de que é uma
história bem simples, mas isso não te impedirá de arrepiar-se com a cena da
festinha de aniversário da Dora, ou com as sequências na cabana; curiosamente
veremos uma personagem que tem medo de carros e não tem uma relação muito
amigável com energia elétrica.
Os traços são bem diferentes de Bear (o trabalho
mais conhecido da Bianca) e como de costume dá para encontrar um easter egg, as
cores preto e branco são responsáveis pelo clima de tensão no ar. A primeira
tiragem de Dora foi financiada pelo catarse e as edições esgotaram rapidamente,
mas uma nova edição foi lançada recentemente pela editora Nimo que está
disponível em livrarias físicas e online.
Essa edição conta com um posfácio
onde Bianca conta como teve a ideia para a criação de Dora e um pouco da
trajetória de como se tornou uma quadrinista, o material é incrível e muito
recomendado para quem quer experimentar coisas diferentes.
Karina!
ResponderExcluirAdorando ver HQ com um que de mistério e terror.
Interessante ver que podeos analisar por vários pontos de vista e em cada um teremos uma sensação diferenciada.
Gosto de HQs coloridas, mas entendo que aqui, o preto e branco dá o clima do livro.
cheirinhos
Rudy