Da mesma autora de outros jeitos de usar a boca, best-seller com mais de 100 mil exemplares vendidos no Brasil. O que o sol faz com as flores é uma coletânea de poemas arrebatadores sobre crescimento e cura, ancestralidade e honrar as raízes, expatriação e o amadurecimento até encontrar um lar dentro de você. Organizado em cinco capítulos e ilustrado por Rupi Kaur, o livro percorre uma extraordinária jornada dividida em murchar, cair, enraizar, crescer, florescer. Uma celebração do amor em todas as suas formas.
Livro: O que o sol faz com as flores || Autor: Rupi Kaur
Editora: Planeta || Ano: 2018 || Gênero: Poesia
Classificação: 4 estrelas || Resenhista: Karina
Se alguns anos atrás alguém me dissesse que um dos meus livro favoritos seria um livro de poesia, muito provavelmente eu não iria acreditar. Apesar de adorar livros fora da minha zona de conforto, a poesia ainda não tinha encontrado um cantinho especial nas minhas leituras, mas isso só se sustentou até eu conhecer Rupi Kaur. Tudo começou com “Outros jeitos de usar a boca”, que é talvez o livro mais famoso dela, mas já adianto que não é surpresa nenhuma que “O que o sol faz com as flores” tenha ido para a prateleira de favoritos também, o segundo livro de poema é tão bom quanto o primeiro.
A pessoa certa não entra no seu caminho ela cria espaço para você dar o próximo passo.
Não sou uma leitora tão assídua de poesia e tenho me envolvido com o gênero faz muito pouco tempo, mas já entendi que para mim funciona melhor quando conheço a história do autor, assim me identifico mais facilmente com os temas abordados. Nesse segundo livro, os poemas também estão divididos em partes, como no anterior, nesse volume são 5 categorias que fazem alusão ao ciclo de vida das flores: murchar, cair, enraizar, crescer e florescer.

Você partiu
e eu ainda te queria
mas eu merecia alguém
que quisesse ficar
e eu ainda te queria
mas eu merecia alguém
que quisesse ficar
Cada
um desses verbos, independente das suas experiências de vida, cria um caminho
para se identificar; a temática é a vida e na nossa vida tem relacionamentos,
dores, alegrias e até aprendizados...Nesse volume ainda, há bastante sobre sua
imigração da Índia para o Canadá, enquanto no primeiro tínhamos textos sobre a
relação com o pai. Nesse a imigração é abordada do ponto de vista do impacto que
causou na mãe. Também podemos constatar que nesse volume há textos mais longos, alguns até de 3 páginas.
Entre curtos e longos, a única certeza é a sensação de: Rupi, vem ser minha
amiga.
Se você já leu o primeiro, a comparação é inevitável, mas diferente da maioria que diz ter sido impactada apenas pelo primeiro, continuei levando altos tapas na cara, e o maior deles talvez tenha sido quando ela aborda feminicídio infantil. As partes que tratam de mulheres na Índia não me chocaram (não que eu concorde com a prática, mas sei que a maioria das decisões são tomadas por questões culturais do país em que se pratica), mas quando li sobre mulheres que imigraram e atualmente vivem no Canadá e continuam a praticar o “costume”, isso, sim, me chocou; me chocou o fato de que, apesar de você ter saído do local onde aquilo é quase uma regra, a cultura está tão enraizada que o meio em que se vive nada influencia na decisão. Talvez eu tenha sido muito inocente ao acreditar que fosse somente uma questão de melhores condições, enfim, essa é uma das muitas questões que o livro deixou para depois da última página.
A
única coisa que eu senti muita falta nessa edição foram os textos em inglês, já
que no primeiro volume, a Planeta publicou uma edição bilíngue, além de ser um
excelente tipo de leitura para quem quer ler mais em outra língua, por mais que
a tradução seja impecável (destaque para a mágica da tradutora Ana Guadalupe, que faz milagres para manter a essência do jogo de palavras), a sonoridade
empregada nas palavras acaba se perdendo. Há um vídeo legendado no canal da
editora de um dos poemas que contém no livro, que no papel e em português, apesar
de traduzir toda a profundidade da experiência vivida, as palavras em inglês
declamadas pela Rupi quase personificam a experiência, confira:
essa é a receita da vida
minha mãe disse
me abraçando enquanto eu chorava
pense nas flores que você planta
a cada ano no jardim
elas nos ensinam
que as pessoas
também murcham
caem
criam raiz
crescem
para florescer no final'
Essa autora é de uma perspicácia e de uma inteligencia que faz mesmo a gente querer ler o que ela escreve mesmo não estando na nossa zona de conforto. Também não era mega fã de poesia mas esse livro mudou bastante minha visão. Muito bonito o jeito que a autora escreve e como cada linha se encaixa na sua vida mesmo que você ache que não.
ResponderExcluirSem duvidas uma leitura que deveria ser feita pelo mundo inteiro.
É muito incrivel como experiencia tão diferentes se reconhecem num mesmo texto neh? To cada vez mais chocada !
ExcluirKarina!
ResponderExcluirAmo poesias e poemas.
Não li nenhum livro do autor, mas como gosto de poesias e esse livro parece bem escrito, já que faz analogia com a própria vida, fiquei bem curiosa em fazer a leitura.
Já li vários bons comentários sobre o autor.
cheirinhos
Rudy
Espero que a leitura te encante assim como me encantou !
ExcluirNão sou chegada a poemas, mas os livros da autora chamam atenção são bem comentados, que desperta interesse, achei muito interessante os temas que ela aborda, fico imaginando como ficaram, são tão reais, alguns até chocam como a cultura da Índia.
ResponderExcluirÉ uma viagem cultural muito rica !Vale muitissimo a pena!
ExcluirPara falar a verdade eu não tenho muito contato com poemas, pois igual você foge bastante da minha zona de conforto tmb kkk Mas ja escutei falar muito bem da autora então porque não dar uma chance ne, achei interessante como ela chega próximo a realidade.
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