Os corações das crianças pequenas são órgãos delicados. Um começo cruel neste mundo pode moldá-los de maneiras estranhas Nome novo. Família nova. Eu. Nova. Em folha. A mãe de Annie é uma assassina em série. Um dia, Annie a denuncia para a polícia e ela é presa. Mas longe dos olhos não é longe da cabeça. Os segredos de seu passado não a deixam dormir, mesmo Annie fazendo parte agora de uma nova família e atendendo por um novo nome — Milly. Enquanto um grupo de especialistas prepara Milly para enfrentar a mãe no tribunal, ela precisa confrontar seu passado. E recomeçar. Com certeza, a partir de agora vai poder ser quem quiser... Mas a mãe de Milly é uma assassina em série. E quem sai aos seus não degenera...
Livro: Menina Boa Menina Má || Autora: Ali Land || Editora: Record
Ano: 2018 || Gênero: Crime, Suspense e Mistério
Classificação: 5 estrelas || Resenhista: Anne

Annie tem apenas 15 anos e decide denunciar sua mãe serial killer. A garota está cansada de sofrer abusos físicos e psicológicos, além de ser obrigada a ver sua mãe assassinando crianças. Após a denúncia, para proteger sua identidade, a garota troca de nome e começa a ser chamada de Milly. Além disso, ela é encaminhada para uma família de acolhimento, que cuidará dela até o julgamento da mãe. A família é composta por Mike, o pai, Saskia, a mãe e Phoebe, a filha, mas só quem sabe sobre o passado de Milly é o casal. Mike é psiquiatra e ficou responsável por ajudar a garota a tentar superar os fantasmas do passado e seguir com a vida. Mas a dúvida de Milly a persegue: Ela é ou não, igual à mãe?
Com essa premissa incrível, mergulhei na leitura sem medo, pois sabia que a chance de gostar do livro era grande. Com muita originalidade, Ali Land acertou em cheio em todos os aspectos e mostrou a que veio, já estou ansiosa para uma próxima leitura. Mesmo que o tema seja delicado, a autora demonstrou que entende do assunto ao traçar a personalidade de Milly e após ler sobre ela, vi que se formou em saúde mental e trabalhou com crianças, então entendi que daí veio toda essa propriedade sobre o assunto.
O livro é todo narrado em primeira pessoa por Milly e é basicamente direcionado à sua mãe, falando sobre seus medos e inseguranças agora que as duas estão separadas e ela tem que se adaptar a uma nova família. A garota também relembra um pouco dos abusos que sofreu e presenciou, o que torna a leitura bem dolorosa, principalmente por imaginar que pode existir pessoas vivendo na mesma situação ou em algo parecido. Achei interessante a forma de narrativa, onde na maioria das vezes os diálogos não começavam com travessão e sim, com Milly contando o que determinada pessoa falou. Pode ser que isso causa estranhamento em alguns leitores, mas eu, particularmente achei a experiência muito bacana.

"Digo a eles que vi você bater nele, no primeiro menino que raptou. Não conto ao júri o que respondeu quando eu disse que você era cruel por bater no corpinho dele. Você disse: não é crueldade, é amor. O tipo errado de amor, respondi. Você me castigou mais tarde."
Além de Milly estar aguardando o julgamento da mãe, não ter nenhum outro familiar para lhe auxiliar e ter que lidar com os pesadelos constantes, ela foi parar numa casa de uma família completamente disfuncional, que discute o tempo todo, gerando grande desconforto. Além disso, Phoebe não gosta nem um pouco da ideia de abrigar uma estranha em casa e não facilita em nada a vida de Milly. As provocações são constantes, chega a ser irritante para o leitor. Eu mesma peguei uma raiva dessa personagem, de tão insuportável que é, imagina Milly, vivendo sob o mesmo teto, sentido na pele todas as humilhações e tendo ainda que lidar com os problemas da prisão da mãe.
O psicológico de Milly é muito bem trabalhado no livro, durante a leitura é possível perceber o medo que Milly sente da mãe e o pânico que sente só de imaginar que por algum motivo, tenha que voltar para ela. Ao mesmo tempo é perceptível que o laço materno é muito forte e ela sente falta, talvez por não ter mais ninguém a quem recorrer ou medo da solidão. Essa dualidade também se faz presente na forma como a garota se vê. Menina boa ou menina má? Ela constantemente se questiona se é possível que a maldade da mãe tenha passado para ela, chega a dar pena.
Este não é um livro cheio de reviravoltas, mas ainda assim é impressionante a forma como a autora consegue prender o leitor com sua escrita perturbadora e envolvente. É muito difícil parar de ler, a vontade que tive foi de parar tudo para conseguir terminar a leitura no mesmo dia, para saber o desfecho dessa história maravilhosa. O final foi um soco no estômago, o fechamento perfeito para essa obra que ficará na minha memória por um bom tempo.
Desde que vi esse livro ele chamou minha atenção, deve ser uma leitura angustiante, só de imaginar o que a personagem passou com essa mãe e depois com a filha do casal, deixa o leitor revoltado e com as emoções a flor da pele. Parece que foi tudo muito bem trabalhado e deixando a leitura muito interessante.
ResponderExcluirOi, Thuanne,
ResponderExcluirAcredito que pra mim, essa será uma leitura intensa e estarrecedora, pois vemos que os sentimentos da personagem são amplamente expostos. Visto que a autora também explora a psicopatia.
Oi Thuanne!
ResponderExcluirSegunda resenha que leio desse livro e que me deixou ainda mais preza ao enredo, gostaria mto de ler e conhecer á fundo a personagem, parece ser uma leitura boa.
Bjs!
Thuanne!
ResponderExcluirNão tinha lido ainda nenhuma resenha desse livro e estava curiosa, porque gosto muito quando o livro é mais para thriller psicológico do que terror puro.
Ver a mudança que acontece com a protagonista nno decorrer do livro, deve ser impactante.
Quero ter o prazer de ler.
Uma boa semaninha!
“O passado é uma cortina de vidro. Felizes os que observam o passado para poder caminhar no futuro.”(Augusto Cury)
cheirinhos
Rudy