
"Eu, Magda Ritter, conheci Hitler.Eu era uma das quinze mulheres que provavam sua comida, pois o Fürher era obcecado com a possibilidade de ser envenenado pelos Aliados ou por traidores dentro de seu círculo pessoal.Ninguém, exceto meu marido, sabe o que eu fiz.Nunca falei sobre isso. Eu não podia falar… Mas os segredos que guardei por tantos anos precisam ser revelados.Às vezes, a verdade me oprime e me apavora. É como uma queda sem fim em um poço fundo e escuro. Mas, ao escrever minha história, descobri muito sobre mim mesma e sobre a humanidade. E também sobre a crueldade dos homens que fazem leis para se adequarem aos seus próprios interesses.Eu conheci Hitler… E minha história precisa ser contada.”Unindo a história e a ficção, Um Banquete Para Hitler mostra os extremos de privilégio e opressão sob a ditadura do Fürher, expondo os dilemas morais da guerra em uma história emocionante, cheia de atos de extraordinária coragem em busca de segurança, liberdade e, finalmente, vingança.
Livro: Um banquete para Hitler - A morte está servida
Ano: 2018 || Gênero: Romance
Classificação: 5 estrelas || Resenhista: Sheila

A protagonista do livro é Magda Ritter, uma
jovem de família simples de origem alemã indiscutível, sem grandes propensões a
acompanhar politica e seus desdobramentos, jovem e inicialmente sem grande
interesse pelo partido nazista.
Com a evolução da guerra por conta de ataques aéreos
dos aliados em Berlim, os pais a encaminham para viver com tios em uma
cidadezinha de nome Berchtesgaden. O que a cidade tem de notável
não é a residência dos tios e sim a proximidade com a Corte de Hitler, situada em Berghof.
A tia
de nome Reina, muito séria e grande apoiadora do partido nazista, diz que ela
sendo uma boca a mais, deve procurar emprego e se filiar o mais rápido possível ao
partido nazista. A jovem imatura se desespera e passa alguns dias procurando
emprego, quando seu tio vem com a
noticia de que há um emprego na Corte de Hitler em Berghof.
Sem saber
para qual emprego está sendo entrevistada, Magda segue e recebe a notícia somente
ao chegar em Berghof que será uma das 15 provadoras oficiais das refeições de
Adolf Hitler, que teme ser envenenado a cada refeição. Chocada, logo é avisada
que o cargo é uma honra e que deverá aceitá-lo, caso contrário será taxada de traidora
e deverá assumir os riscos.
Treinada
pela chefe de cozinha Cook em venenos diversos, ela tem que aprender a reconhecê-los
por cheiro e gosto. Durante o treinamento, Magda vai amadurecendo questões
politicas e individuais enquanto se envolve com outras provadoras como Ursula. Após
a primeira refeição, o peso da tarefa parece enfim consolidar as opiniões de Magda
sobre o sistema do III Reich e ela começa a ver nuances que a guerra traz.

Hitler é retratado no livro sempre atencioso
ao seu cão e às pessoas, ainda que simples como Magda. Ela o descreve quase como
com a figura de um avô, com olhos muitos
vivos que captam o interesse de todos, mas no fundo suas crenças já estão cimentadas
a essa altura e ela reconhece todo o horror da guerra trazida por este homem.
Durante sua estadia, consegue a simpatia do guarda Karl Weber e acabam se aproximando sentimentalmente. Nada escapa aos olhos de Adolf, que pelas mãos do escritor age como casamenteiro de Karl e Magda, se importando e lhes dando atenção ao ponto de lhes dar as bênçãos e as alianças. As relações de Eva e Magda se estreitam quando a primeira lhe empresta um vestido para o casamento.
Durante sua estadia, consegue a simpatia do guarda Karl Weber e acabam se aproximando sentimentalmente. Nada escapa aos olhos de Adolf, que pelas mãos do escritor age como casamenteiro de Karl e Magda, se importando e lhes dando atenção ao ponto de lhes dar as bênçãos e as alianças. As relações de Eva e Magda se estreitam quando a primeira lhe empresta um vestido para o casamento.
É possível
ver o andamento da guerra ao redor e toda a opulência de alimentos e regalias ainda concedida aos capitães e ao Führer e seus convidados em festas. O humor do
ditador varia muito. Quando bravo com seus oficiais em gritos, Magda percebe, e
em presença de convidados na casa de chá, por exemplo, conversando sobre música e
arte somente.
Com o
avançar das tropas inimigas, Hitler e sua comitiva (entre elas Magda,) sai de Berghof
e vai para bunkers para maior proteção, o clima abafado atrai conspirações e, a
partir dai, Magda terá que ser muito mais atenta.
A história se estende com a queda de Berghof, a saída
de Magda do Bunker para procurar seus pais e até seu estupro pelos soldados vermelhos
que estão tomando Berlim. Mesmo assim, ela retorna ao bunker, aonde participa do
casamento do Führer com sua amante como
dama de honra de Eva Braun e, após cerca de 40 horas acontece a parte mais surpreendente do livro, o
desfecho da morte de Adolf Hitler e Eva Braun.

No final do livro há um esclarecimento por parte do autor que diz que se inspirou em uma história real. Em 2013, uma mulher alemã chamada Margot Woelk revelou ao mundo que trabalhou como uma das provadoras de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial e se manteve em segredo por medo de represálias. Embora o livro possua cenas baseadas no relato de Margot, ele não é uma biografia, e nem pode ser lido como uma obra histórica. No entanto, o conteúdo histórico presente na obra é fruto de muita pesquisa do autor. Em nota ele diz: "Fiz a melhor pesquisa que pude para Um banquete para Hitler; contudo, relatos históricos e linhas do tempo variam entre si. O leitor deve saber que fiz o possível para unir a História com a ficção." E até mesmo indica livros de grandes historiadores precisos em datas e acontecimentos.
Como
leitora, eu gostaria que esse aviso estivesse no começo do livro, pois como
apaixonada por história passei grande parte do livro travando a leitura para
conferir datas e eventos na memória e até mesmo em consultas on-line.
O
livro é escrito com fluidez e parágrafos bem distribuídos, sendo bem diagramado
e possui uma forte coerência na montagem de personagens tão auspiciosos.
A
protagonista amadurece muito ao longo do livro e é possível simpatizar com
ela diversas vezes e até torcer para esse amadurecimento que trará a ela e a
nós sentimento de repugnância imposto pelo momento histórico.
Particularmente, achei as interações dela com Eva Braun um tanto forçadas, como se a companheira
do Führer fosse muito infantil e ansiasse por ser aceita. Nos livros
de história que li, ela não me pareceu ser assim, mas é algo muito pessoal a ser
destacado nessa resenha.
A
visão que o autor descreveu de Adolf me pareceu a mesma que a minha: cuidadoso com as pessoas até certo ponto mostrando-se muitas vezes paternal,
muito amoroso com seu cão e completamente déspota, com uma visão preconceituosa e megalomaníaca, arrogante e louca do mundo e do poderio da Alemanha.
O
livro agradou bastante, pois mostrou, ainda que lúdico, um lado da vida do
ditador que não é sempre possível ser visto em livros de história, e assim
preencheu a curiosidade com relatos, mesmo que ficcionais, deste
grande momento histórico, onde tentamos entender como as coisas aconteceram a
tal ponto de dizimação e crueldade, com o consentimento ou não de uma nação,
mas que poderiam ser reais.
Oi, Sheila.
ResponderExcluirSe tornar responsável pelo bem estar de alguém tão cruel, é algo difícil de digerir (sem trocadilhos).
Nutrir sentimentos por alguém com a incerteza de continuar vivendo e convivendo diariamente com a morte, é no mínimo, desconcertante e triste.
A trama, juntamente com esse cenário, no qual tudo se passa, aparentemente parece ser bem construída, por trazer algo real e cruel. Traz uma carga mais pesada. O enredo é perfeito.
O livro possui algo um pouco diferente, por isso, quero tanto lê-lo.
Recomendo, mas nãos e apegue a datas e fatos que aprendeu lendo ou na escola sobre esse período, a maior intenção do autor é nos fazer entrar dentro da atmosfera q as pessoas viviam nessa época isso ele consegue!
ExcluirOi Sheila, achei bacana que o livro lhe agradou muito mesmo tendo que ficar pesquisando para bater datas e eventos históricos :) A trama é de um período que não admiro (acho que admirar não é bem a palavra) mas parece que estar muito bem escrito assim como a resenha. ;)
ResponderExcluirtbm não admiro esse período hist´rico, mas ele me intriga muito, não consigo entender como a coisa foi tão longe e a população não reagiu???
ExcluirEu to louca para ler este livro!
ResponderExcluirSou apaixonada por livros que falem sobre a segunda guerra mundial, ainda mais quando misturam história com ficção.
Achei isso do cargo que ela ocupada sendo diretamente ligada a Hitler super interessante e curioso. Não consigo enxergar qualquer fio de humanidade no Fuhrer, mas quero muito poder ler isso pelos olhos da autora.
beijinhos
She is a Bookaholic
Oi Sheila!
ResponderExcluirDesde que li uma resenha desse livro eu tô interessada em ler, imagino que a leitura seja excelente, espero ler me breve.
Bjs!
Scheila!
ResponderExcluirTudo que gira em torno de Hitler e segunda guerra, é sempre bem chocante e doloroso e ver um livro baseado em fatos reais, trazendo mais uma das atrocidades cometidas naquela época, é sempre enriquecedor de ler.
Bom final de semana!
“A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.” (Blaise Pascal)
cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA JULHO - 5 GANHADORES - BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!
Que bom que a leitura agradou, tenho vontade de ler esse livro, parece ser interessante e gosto de historias da Segunda guerra, fiquei imaginando essa função da personagem, não queria estar em seu lugar, seria tentador, mas também angustiante. Fiquei curiosa com esse outro lado do ditador.
ResponderExcluirOi Sheila,
ResponderExcluirQuando me deparei com o lançamento o desejei, adoro a segunda guerra e sou curiosa pela história de Hitler... Bem legal ver por esse lado, aliados, que na verdade estão tramando contra ele, imagino o risco que não correram, e mais, imagino se alguém na vida real de fato se atreveu a tal feio já que todos o temiam. Não sabia que era baseado em fatos reais, melhor ainda..
Mesmo na ficção, não dá para enxergar qualquer humanidade em Hitler, em alguns livros que li que tentaram fazer isso, não colou!
Quero muito ler..
Beijos
Então não é baseado em fatos reais, o autor se inspirou em uma história real, achei bem fundamentado as cenas!Dá para entender bem a realidade daquela época!
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