Entrevista
Bora curtir um pouco mais da autora, com uma entrevista exclusiva para a semana.
Como surgiu a ideia de escrever na sua
vida?
R. Se eu
contar que foi logo depois de mergulhar de cabeça nos quatro livros da Saga
Crepúsculo, vocês vão me bater? Então, foi bem por aí. Embora eu desde criança
sempre tenha gostado de criar histórias em quadrinhos, eu nunca antes havia
realmente pensado em parar e "opa, vou escrever um livro neste exato
momento". Simplesmente aconteceu. Dezembro de 2011 eu comecei a escrever o
Tapete Vermelho. Quatro meses depois ele estava pronto.
Quem são
suas inspirações?
R. Bem, eu
tenho minhas divas absolutas que serviram de inspiração para o meu estilo de
escrita. Não que eu esteja pretendendo me igualar, mas foram estas autoras que
criaram um conceito de romance na minha cabeça. Nora Roberts sempre. Amo os
romances dela. Alguns melhores que outros, outros nem tanto. Judith McNaught,
simplesmente maravilhosa na arte de criar roteiros e personagens inesquecíveis.
Linda Howard, Sandra Brown, com seus romances policiais e intensos. Essas são
as que sempre me vem à cabeça quando penso de onde surgiu a fonte de
inspiração.
Tipos de livros que você mais gosta
de ler?
R. Romance. Pode colocar aí bastante
romance florzinha. Gosto mesmo. Passei a ler devorando os romances de banca.
Lia escondido, trocava com uma amiga minha às escondidas, guardava embaixo do
colchão. Sempre fui louca pelos romances históricos. Alguns eu guardo nítidos
na minha lembrança até hoje, por conta das histórias inesquecíveis.
Então deixa eu ver....eu leio.... romance,
romance e....romance. Espera...e romance de novo. Hahahahaha
Não leio livro de autoajuda (nada
contra quem lê ), livros técnicos só li na faculdade, biografias eu odeio ( meu
marido adora...), não curto ler livros se suspense macabro, então não leio
Stephen King de jeito nenhum. Hahahahah
E não posso dizer que leio os
clássicos históricos brasileiros, porque estaria mentindo. Tipo : "ah, eu
leio Dom Casmurro todo dia antes de dormir." Ou "Senhora é meu livro
de cabeceira." Não posso mentir descaradamente pra vocês. Já li? Claro.
Minha primeira graduação foi em Letras Português, então conheço Machado de
Assis como ninguém.
Muitas pessoas participaram no
processo de escrita dos livros?
R. No Tapete Vermelho meu principal
palpitador foi meu marido.
No Absoluto, o conceito da história e
concepção dos personagens surgiu num domingo de fofoca com uma amiga minha, a
Jujuba. Estávamos falando mal das mocinhas dos livros e bla bla bla. Uma
discussão acalorada sobre o fato das mocinhas serem tontas e muitas vezes
chatas. Daí falei: "Cara...vou escrever um romance onde a mocinha seja
tanto bonita quanto inteligente e gente boa." Minha amiga do outro lado começou a instigar.
E eu fui delineando os contornos do livro. Mocinha "prodígio" em
direito. Advogado super poderoso e intenso. Paixão explosiva e simultânea. Um
toque húngaro pra diferenciar. Daí vou explicar antes que você sequer possa
fazer a sinapse da pergunta: Porque o cara é húngaro? Eu tinha acabado de reler
os romances da Nora, os irmãos Stanilasky, que são russos. E eu achei fabuloso
a dinâmica da família, o mix de cultura e tal.
Então, sintetizando, Jujuba e
Alessandra passam a mão no livro, corrigindo erros jurídicos, acertando
ponteiros e dando dicas de cena daqui e dacolá.
O Irresistível eu contei com várias
betas e alfas. Hahahaha... captar opiniões sobre determinadas cenas, ou perfis
dos personagens é sempre bom. Amplia o nosso horizonte. De todo, quem mais
apalpou o Irresistível foi a Jujuba, novamente, porque ela é crítica pra
cara...mba... E sempre tinha uma coisa ou outra pra malhar. Daí lá ía eu
arrumar o bagulho.
Porque usar
um pseudônimo?
R.
Puxa...essa do pseudônimo eu já respondi várias vezes e adoro explicar a razão.
Eu queria algo misterioso. Um nome que pudesse estar na estante de uma livraria
e alguém falar: "oh...uau...MS Fayes...que sobrenome diferente..." .
E pensei...poxa...se J.K. Rowling, C.S Lewis, J.R. Tolkien, e tantos outros
podem ter pseudônimos com suas iniciais, porque eu também não posso? Daí
surgiu: M de Marta, S. de Sousa e Fayes do mix de Fagundes e Lopes. O Y no meio foi só pra
dar um charme.
Outra
explicação plausível, porém meio louca. Eu tinha acabado de ler um romance da
Sandra Brown, onde a locutora de uma rádio atendia pelo pseudônimo xis e
ninguém conhecia a verdadeira dona da voz. Achei o máximo. Falei p editor do
Tapete Vermelho e ele vetou a ideia. Droga...jogou água no meu castelinho de
areia. Mas enfim, só nos Estados Unidos que uma coisa assim poderia funcionar
bem né?! Por exemplo, o tanto de tempo que levou para que as pessoas
descobrissem que Sylvain Reynard era um homem? Achei isso o máximo.
Como foi a
transição de um livro mais voltado para o chicklit, que era o Tapete vermelho,
para o público adulto? Você teve dificuldade com a linguagem ou posicionamento
dos personagens?
R. Foi
diferente até mesmo por conta do estilo de narrativa. O Tapete Vermelho foi
narrativa em primeira pessoa, sob o ponto de vista total da personagem
feminina. Embora eu tenha dado umas nuances de como o James estaria se
sentindo.
Fora o fato
que é um livro mais juvenil, tipo YA, sem cenas mais aprofundadas do ponto de
vista dos lençóis...hahahaha...
O Absoluto
já foi em terceira pessoa, então criar o enredo à volta é até mais fácil.
O
Irresistível já ficou mais fácil ainda porque o crivo principal do livro 1 já
estava feito.
Mas eu não
classifico muito meu estilo de escrever com a faixa etária do público e mais
pela forma como eu escrevo. Eu sou mais cômica, então gosto da abordagem
engraçada em algumas partes, diálogos interessantes, essas coisas. Eu posso até
escrever um livro sério, dramático, tenso, mas vai sair com muito custo, porque
provavelmente eu vou acabar inserindo alguma coisa engraçada em algum lugar.
Alguns falam
que o livro é erótico. Você considera sua trilogia como Erótico?
R. Não
considero de jeito nenhum. Inclusive quando a galera se refere a ele assim eu
até estranho. E o que já aconteceu com muitas blogueiras e leitores do
Absoluto, por exemplo, foi que realmente pensaram que era um livro erótico,
quando na verdade não é.
São
românticos, sensuais em algumas partes, florzinhas e clichês se você considerar
que falam de uma história de amor com final feliz.
Tive leitores
que se recusaram a ler inicialmente achando que fossem eróticos. Quando leram,
perceberam que na verdade são mais românticos. Eu me considero uma noviça ao
escrever cenas eróticas. Eu prefiro muito mais o lírico, implícito e poético do
que o gráfico, escrachado e sem sentido.
Leio romance
erótico? Sim. Já li vários. Mas não são os meus habitués. Chega uma hora que a
gente cansa de um determinado estilo, certo?
Como é sua
relação com os leitores?
R. Eu acho
que posso dizer que faço questão de me relacionar bem com cada um dos meus
leitores. Eu dou atenção a cada pedido, fico feliz com cada elogio, me sinto
nas nuvens quando alguém sequer me equipara a pertencer ao mesmo patamar que
determinadas autoras.
Eu amo meus
leitores de coração. Sem eles eu não estaria aqui, certo? Digo...como
entrevistada...hahahahaah...
Uma boa
enquete com os leitores é saber como eles veem as suas autoras do ponto de
vista de atenção e carisma.
De que forma seus leitores influenciaram ao escrever
os romances?
R. Bom, no meu blog divagante, eu uma vez fiz uma crônica zoada sobre
romances épicos e as particularidades das mocinhas e mocinhos. Daí surgiu um
comentário falando que deveria haver um romance onde o mocinho viesse para o
futuro, tal qual o filme Kate e Leopold, e poder observar o choque deste
personagem, diante das mudanças do mundo.
Achei engraçado e muitas meninas me instigaram a criar um conto. E
criei. Um conto muito engraçado sobre um conde que se depara com uma mocinha
atrevida em pleno século XXI. Surgiu aí o Conto que acabei repaginando para uma
versão 2015. Ou seja...dei um F5 nele, atualizei algumas coisas, mudei outras e
ele se transformou em O Retrato da Condessa. Ainda não lançado. Porque falei
isso? Porque foram estes leitores que acabaram influenciando para que eu
escrevesse cada vez mais.
Cada palavra de apoio, incentivo, elogio. Aquilo foi um super empurrão
para continuar a criar histórias e mais histórias.
Porque a mudança de editora para publicação independente?
R. Meramente por uma questão contratual. A Editora Charme continua com
os direitos do Absoluto, vem fazendo um trabalho maravilhoso e cuidando super
bem do meu "filho" (Cada livro é um filho no mundo). Mas eu realmente
resolvi que não tinha mais cacife para uma publicação compartilhada, onde eu
entro com o investimento junto. E daí, para que o livro não ficasse encalhado,
largado às traças e quem quisesse lê-lo, acabasse ficando a ver navios, resolvi
eu mesma investir numa tiragem mínima, mas sem vínculo contratual, salvo comigo
mesma.
Apenas isso. Infelizmente o livro não se manteve na editora do
primeiro, mas eu quis honrar o compromisso de que tenho um contrato com elas,
logo, preferi não apresentar as duas obras finais, a nenhuma outra editora,
para evitar conflitos e etc.
Para não ficar largado no canto, resolvi jogar o Irresistível na praça
e ver o que vai ser dele.
Quando você escreveu Absoluto, já tinha em mente uma trilogia ou os personagens foram
ganhando vida durante a escrita do primeiro livro?
R. Não tinha em mente uma trilogia. Juro. Eu pensei que seria um livro
único, mas daí a Fay e a Lana ganharam contornos tão legais e surgiu o promotor
cuti cuti lá num coquetel e, resolvi explorar a alternativa. Eu e Jujuba ainda
rimos porque o nome da trilogia fica muito mais cool em inglês, né?! Trilogy of
Law....hahahahahah
Como foi o processo de criação da história, já que ela
se passa no meio jurídico, que não é sua área de atuação? Como foi a pesquisa?
R. Bom, nos enraizemos por aqui: meu marido é advogado, meus dois
cunhados são, minha cunhada é, meu sogro é desembargador, e minhas duas amigas
excepcionais são advogadas, no caso Jujuba e Alessandra Uzuelli.
Minha família por parte de marido inteira trabalha em órgãos judiciais.
Fiquei entre abordar um romance na área médica ( que eu poderia dar um
caldo, já que sou fisioterapeuta, então alguns jargões seriam fichinha ), ou
outra área. Acabei optando pela jurídica sabendo que teria uma fonte de apoio
bem grande.
Jujuba fez todas as pesquisas relacionadas a algumas estruturas
judiciais em Boston, já que um amigo é advogado lá.
Alessandra me enfiou goela abaixo as temporadas do The Good Wife para
que eu pegasse o clima e, também criou certas situações processuais. Por
exemplo, o caso da periguete que o Gabe defende no início do Absoluto. Foi ela
que delineou e traçou a abordagem do caso.
Então eu pesquiso e averiguo tudo detalhadamente antes de usar
determinada situação. No livro Irresistível eu fiz uma super pesquisa na
estrutura de funcionamento da Secretaria de Segurança Americana.
Os
personagens são inspirados em alguma história real?
R. Não. São
totalmente fictícios. Bem que eu queria que o Gabe fosse um cara bem real...mas
enfim...
Você dá título aos seus livros antes ou depois de
escritos?
R. Durante. Hahahaahha.... o Tapete Vermelho eu só
fui criar o título praticamente quando coloquei a palavra Fim.
O Absoluto veio ao longo da escrita, surgiu o
apelido do Gabe e Boom! Pegou.
O livro dois eu já maquinei para que tivesse o mesmo
estilo do livro 1. Um adjetivo que classificasse os personagens. Calhou que
Irresistível pode ser aplicado tanto para a Fay, quanto para o Alex.
O livro 3, embora já esteja pronto, apenas em fases
de ajustes daqui e dacolá, ainda não tem título definido. A pasta do arquivo
dele tem o nome que pensei inicialmente, mas ainda não defini.
O que você
diria para quem está pensando em ler Irresistível? O que os leitores podem
esperar?
R.
Hunmmm...Acho que os leitores podem esperar situações um pouco mais intensas e
impulsivas do que no livro 1. A área que escolhi para a Fay é a criminal, tanto
que o par romântico é um promotor fodástico. Logo...o livro acabou seguindo um
pouco a vybe dos personagens...huuuuu...espere e verás...quer dizer...lerás.
Hehehe
Um livro
romântico, engraçado, um pouco mais hot que o primeiro e mais intenso. Sei lá.
Provavelmente vai ter quem goste da Fay, ou quem não goste. Muitos gostaram
dela no livro 1, então espero que a ânsia em ler sua história seja satisfeita
plenamente.
De todos seus
livros, tem algum personagem que é seu favorito? Por quê?
R. Puxa. Duro
escolher um filho... Posso dizer que amo o James, do Tapete Vermelho, de
paixão. Sou completamente cativa pela Condessa, do conto do qual vos falei, e
sou super fã da Fay. E claro, adoro a safadeza tranquila do Gabe Szaloki.
Droga...acabei escolhendo um monte. Hihihi
Qual sua parte favorita ao escrever
Irresistível?
R. Os diálogos entre o Alex e a Fay
entre os lençóis. Adoro a parte em que eles tentam mostrar que já se conhecem
bem.
Amei a cena ### onde aconteceu #### e
acabou culminando no ###.
O # se for revelado é spoiler.
Hahahahaha
Quais são suas expectativas com relação a Irresistível?
R. Eu espero que o Irresistível agrade tanto aos leitores quanto agradou
a mim quando o escrevi. Foi o livro que mais me diverti escrevendo. Tanto que é
o mais longo.
Espero que esteja a contento, que as expectativas de quem estava louco
para ler não se frustrem, e que os personagens ganhem um espacinho no coração
dos leitores.
Finalizando
O que o leitor pode esperar para os próximos livros?
R. Hummm....talvez vocês possam esperar mais
histórias divertidas e cativantes. Nossa....fui super obtusa agora.
O terceiro livro será sobre quem? E já temos
previsão?
R. O terceiro livro é sobre a Lana, com certeza. Então
pra quem gosta de livros onde a mocinha está gravidinha, pode ser que fique
feliz neste. Acho inclusive, que é o mais fofo de todos os 3. Só acho...
Eu não tenho certeza se todo mundo já captou e
detectou o mocinho do livro 3...
Previsão? Não sei. Vai depender do Irresistível
mostrar seu potencial em conquistar os leitores. O importante é que o mais
difícil já está resolvido. O livro 3 está pr0ntinho da Silva.
Além do
último livro da trilogia, tem mais algum livro que esteja trabalhando?
R. Tenho. Deixe-me
ver em meus arquivos mentais. Eu tenho um finalizado super gracinha; Estou
escrevendo o Tapete Vermelho sob o POV do James, aquele lindo; Estou escrevendo
uma possível sequência para o TV, e algumas esquetes que já escrevi o esboço e
basta apenas soltar o dedo no teclado.
Fora a
Condessa, que já está tinindo e pedindo socorro pra sair do computador!
Mande um
recado para as leitoras.
Oi
Leitoras...então...espero que vocês possam dar cada vez mais chance aos livros
nacionais, que vocês possam passar a ter orgulho das autoras que temos no
Brasil ( estou tentando me incluir no grupo...abafa o caso), que vocês leiam
meus livros e que curtam os personagens com carinho.
Apreciem sem
moderação alguma e se for ler, não dirija. Quero dizer...não dirija lendo...pode
ser perigoso. Hahahahaha
Adorei as perguntas feitas. Foram muito bem elaboradas. E as respostas estavam perfeitas. Foi um prazer conhecer mais sobre essa autora que está nos encantando. Não vejo a hora de ter o meu comigo e poder curtir esse romance de montão. Parabéns pela entrevista. E espero que tenha mais.
ResponderExcluirBeijos.