O Max é uma pessoa maravilhosa, autor de um livro incrível, leiam a nossa entrevista para conhecê-lo melhor.

ELB: Desde quando começou a escrever? Qual seu primeiro livro escrito?
MS: Criar histórias sempre foi um hobbie mas o primeiro livro que acabou
sendo na linha homoerótica que escrevi foi o Amor Invertido mesmo.
ELB: Fale um pouco sobre você. Seus hobbies, sua trajetória profissional,
etc.
MS: Eu gosto de artes em geral mas, no todo, sou bem doméstico. Gosto de
cozinhar, de ler, de viajar e, é claro, de escrever. Também gosto de navegar
mas como trabalho durante o dia e estou estudando à noite simplesmente não
sobra tempo.
ELB: No início, que tipo de escritor ou livro te influenciaram? E atualmente?
Tem alguma influência?
MS: Essa é difícil. Sou um leitor compulsivo e leio de tudo. Atualmente
tenho lido livros que acabam se misturando com filosofia em sua narrativa como
em Lilá. E é claro, muitos livros técnicos. Se quer realmente saber minha
influência para o livro ela veio dos mangás. Mais especificamente de um mangá
chamado Junjou Romântica do qual gostei muito. Minhas outras influências que
aparecem no livro se referem a eventos que acontecem no cotidiano. Acabo
incorporando coisas que vejo e ouço quando as acho significantes.
ELB: Tem alguma mania? Algo que sempre faz antes de começar a escrever?
MS: Não sei se é uma mania mas acabo tendo de ler e ver muita coisa dentro
da ótica GLS para poder elaborar as histórias. Acabo também acompanhando
algumas comunidades no face e fazendo sempre algumas entrevistas para ver se
minhas percepções estão próximas da realidade, mesmo que minha obra se trate de
uma ficção.
ELB: Quais são os seus autores favoritos?
MS: E lá vamos nós de novo. Rs. São tantos que é difícil de lembrar. Vou
citar alguns: James Clavel; Pearl Buck; Robert M. Pirsig; Stephen King; Augusto
dos Anjos... e por aí vai.
ELB: Você se identifica com algum personagem, ou alguma situação passada por
um personagem?
MS: Em algum grau, todos os personagens são extensões de minhas experiências
de vida então é difícil não me identificar com as situações ou com os
personagens. Isso porque aquilo que uso para alimentar meu imaginário vem
daquilo que observo no cotidiano.
ELB: Os seus personagens foram inspirados em você ou em alguém que você
conhece?
MS: Os personagens principais foram inspirados mesmo nos personagens
principais do mangá Junjou Romântica. Quando comecei a escrever era apenas um
divertimento ao qual fui agregando coisas que foram acontecendo com pessoas
conhecidas ou em situações presenciadas. As personalidades, no entanto,
acabaram sendo influenciadas por algumas pessoas que conheço e por isso foram
se modificando aos poucos. Esse conjunto de coisas acabou resultando no Amor
Invertido.
ELB: De onde surgiu a ideia do livro?
MS: Eu fui escrevendo, escrevendo e escrevendo. Não tinha nenhuma ideia
definida para essa história. Via alguma coisa interessante, tinha alguma
conversa onde aparecia o preconceito ou assistia a algo que falasse sobre o
assunto acabava retomando e acrescentando esta ou aquela história. E no final,
sem perceber, tinha material para um livro. Soube de um concurso de uma
editora especializada em escrita GLS e decidi organizá-lo. Mas acabei não
conseguindo entregar em tempo para competir. No fim acabei encontrando a Modo
Editora que se interessou em publicá-lo.
ELB: Em que você se inspirou para a construção da história?
MS: Eu fiquei imaginando como seria a história se eu transportasse os
personagens do mangá para um contexto brasileiro. E conforme essa adaptação foi
ficando artificial comecei a pensar em acrescentar coisas reais e comecei a
pesquisar. Também conversei com muita gente, li e assisti muito material
nacional para compreender como é que o tema do homossexualismo e do preconceito
é tratado dentro de nossa cultura
ELB: Eu adorei a arte da capa, de onde surgiu essa ideia?
MS: Essa capa está com as opiniões divididas. Rs. Tem quem odeia e tem quem
ame. Mas ela é bastante simbólica. A arara foi escolhida por dois motivos: ela
é um animal bem fiel ao seu parceiro e mantém relações monogâmicas, algo que
achei romântico para o casal principal. E o triângulo rosa é o símbolo mais
antigo que encontrei representando o homossexualismo. Nos campos de
concentração nazistas, homens que haviam sido pego em práticas homossexuais
recebiam o triângulo rosa. O rosa em geral me parecia ser uma cor importante
para a capa e como o azul geralmente é relacionado às pessoas do sexo masculino
acabamos fundindo as duas cores. Por fim, existe a imagem de um rio no fundo da
capa. O rio geralmente é um elemento de transição e de ligação entre dois
mundos. E para quem ler o livro, tanto os rios quanto a ideia de transição
estão bem representadas no personagem Diego.
ELB: Me fala sobre os seus projetos futuros um pouquinho…
MS: Estou trabalhando na continuação do livro atualmente. Não sei se vai
ficar assim, mas por enquanto, estou dando o nome a esta continuação de
Casamento Invertido. Quando penso em Amor Invertido eu sempre penso em uma
novela pois os tipos de problemas que o personagem enfrenta ao longo de sua
vida parecem sempre evoluir para uma nova situação. Mas vamos ver no que dá.
ELB: Quais as maiores dificuldades que você encontrou para publicar o livro?
MS: A maior dificuldade, ao meu ver, nunca é publicar e sim divulgar. Como é
que se faz um livro chegar até o público alvo? O que se pode fazer para chamar
a atenção para uma história? Como ampliar esse público? Ultimamente essa tem
sido uma de minhas preocupações. Por isso sempre que alguém comenta sobre o
livro eu fico muito feliz pois é certo que talvez as palavras desse leitor
alcancem outros e pode ser que eles gostem de minha história e a levem
adiante.
ELB: O que você acha dos pedidos de parceria, como você considera a
importância desse laço Blogueiros e você/livro?
MS: Acho um canal extremamente importante! Apenas acho complicado conseguir
atender a todos pois muitos pedem livros e isso é meio inviável para escritores
que estão começando. Isso acaba sempre me deixando num dilema pois meu primeiro
impulso era entregar livro pra quem pedia e depois vi que isso não funciona.
Com relação a estas parcerias ainda preciso encontrar uma boa fórmula mas, por
enquanto, isso é um mistério.
ELB: Como foi pra você quando você pegou seu livro pela primeira vez nas
mãos?
MS: Foi um alívio pois eu já estava na porta da Bienal de São Paulo. Rs.
Tivemos um problema com a gráfica e eu passei mais nervoso que pai em maternidade
mas, no final, acabou dando tudo certo.
ELB: Tem sido o que você esperava, a aceitação do livro?
MS: Na verdade, estou me surpreendendo com sua aceitação. Achava que não
devia esperar muito dele já que trata de um assunto controverso e eu não fiquei
realmente colocando censura na história. É um livro meio "proibido para
menores" em alguns aspectos por tratar de um tabu rodeado de preconceitos
como a relação sexual homossexual. Por isso fiquei surpreso com sua
aceitação. Isso me enche de esperança no que se refere ao respeito as
individualidades mesmo vendo o congresso tentando aprovar leis que trata o
homossexualismo como doença. Isso acabou me inspirando a dar continuidade à
história. Então tenha a certeza que é graças a você leitor que as aventuras de
Diego e Vinícius irão continuar.
Max, você não faz ideia de como fiquei feliz ao saber que terá continuação! Mal posso esperar para ler. Obrigada pela entrevista, e obrigada pela história que você criou.
Eu não estava entendendo muito a capa, depois da explicação estou achando a capa perfeita!
ResponderExcluirSim! Vi muita gente criticando que a capa não fazia sentido... Mas faz todo sentido! Ficou perfeita...
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirAinda bem que eu não critiquei kkkk, esperei a explicação para dar a minha oipnião.
ExcluirPs: comentei 2 vezes pelo o do meu noivo... kkk
Nossa,a justificativa da capa ficou incrível!
ResponderExcluirMuito significativa e profunda o/
Eu nunca teria imagina isso rs
Legal :D